Salangô e Tabuleiro de São Bernardo torraram, juntos, R$ 300 milhões, mas sofrimento do sertanejo maranhense com a seca prossegue.
Dois
projetos de irrigação fracassados – o Salangô e o Tabuleiro de São Bernardo –,
que entre meados da década de 1980 e início dos anos 2000 torraram, juntos,
quase R$ 300 milhões de recursos públicos federais, têm grande responsabilidade
pela seca que hoje castiga o homem do campo no Maranhão. O estado vive a pior
estiagem das últimas três décadas. Sem água, o gado definha e morre, o mesmo
ocorrendo com as plantações. E os seres humanos só resistem na terra árida se
pagarem por água potável.
Tudo
seria diferente se os projetos Salangô e Tabuleiro de São Bernardo dessem certo.
Duas das regiões maranhenses mais atingidas pela seca atualmente – Médio Mearim
e Baixo Parnaíba – seriam beneficiadas diretamente pelos projetos de irrigação,
o que alcançaria ao menos 14 municípios: São Mateus (onde o Salangô foi
implantado), Bacabal, Alto Alegre do Maranhão, Coroatá, Matões do Norte, Arari,
Pirapemas, Magalhães de Almeida (Tabuleiro de São Bernardo), Santana do
Maranhão, Araioses, São Bernardo, Tutóia, Santa Quitéria e Paulino Neves.
Mas
os projetos de irrigação, que há cerca de 30 anos chegaram a levar o sertanejo
maranhense a vislumbrar a esperança de dias melhores – com a produção e a
comercialização de alimentos garantidas –, tomaram rumos enviesados. Hoje,
apesar de ainda ativos, os projetos exibem uma situação muito aquém dos objetivos
iniciais, após dezenas de milhões de dinheiro público afundarem, em meio a rios
de irregularidades e desvios, tudo devidamente constatado pelo Tribunal de
Contas da União (TCU) e outros órgãos controladores.
Fonte: JP
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