sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Projetos de irrigação fracassados perpetuaram a seca no Maranhão



Salangô e Tabuleiro de São Bernardo torraram, juntos, R$ 300 milhões, mas sofrimento do sertanejo maranhense com a seca prossegue.

Dois projetos de irrigação fracassados – o Salangô e o Tabuleiro de São Bernardo –, que entre meados da década de 1980 e início dos anos 2000 torraram, juntos, quase R$ 300 milhões de recursos públicos federais, têm grande responsabilidade pela seca que hoje castiga o homem do campo no Maranhão. O estado vive a pior estiagem das últimas três décadas. Sem água, o gado definha e morre, o mesmo ocorrendo com as plantações. E os seres humanos só resistem na terra árida se pagarem por água potável.

Tudo seria diferente se os projetos Salangô e Tabuleiro de São Bernardo dessem certo. Duas das regiões maranhenses mais atingidas pela seca atualmente – Médio Mearim e Baixo Parnaíba – seriam beneficiadas diretamente pelos projetos de irrigação, o que alcançaria ao menos 14 municípios: São Mateus (onde o Salangô foi implantado), Bacabal, Alto Alegre do Maranhão, Coroatá, Matões do Norte, Arari, Pirapemas, Magalhães de Almeida (Tabuleiro de São Bernardo), Santana do Maranhão, Araioses, São Bernardo, Tutóia, Santa Quitéria e Paulino Neves.

Mas os projetos de irrigação, que há cerca de 30 anos chegaram a levar o sertanejo maranhense a vislumbrar a esperança de dias melhores – com a produção e a comercialização de alimentos garantidas –, tomaram rumos enviesados. Hoje, apesar de ainda ativos, os projetos exibem uma situação muito aquém dos objetivos iniciais, após dezenas de milhões de dinheiro público afundarem, em meio a rios de irregularidades e desvios, tudo devidamente constatado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos controladores.
Fonte: JP

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